PASIÓN POR EL PORTERO DE HOCKEY PATINES
Espacio dedicado a compartir y divulgar mis experiencias y conocimientos en el hockey patines, especialmente en aquel rol que más conozco y que más me hace disfrutar de este deporte, el portero.
Opinión de Nuno Areias (entrenador porteros SC Tomar )
Falando especificamente ao que me leva a escrever-vos, interessa começar pela importância que um GR tem numa equipa de hóquei em patins. Penso que essa importância, de forma simplificada, passa por defender a baliza, impedindo que a equipa adversária transforme em golos os seus intentos atacantes e esta é a forma mais simples de definir a função. Na minha opinião um bom GR é sem sombra de dúvida “meia equipa” (tal como se diz na gíria), mas um grande GR é mais de meia equipa. Quantitativamente, não se consegue medir ao certo, qual o valor de um grande GR numa equipa de hóquei em patins, mas a sua preponderância é enorme.
Assim como em outras modalidades coletivas, o hóquei em patins não foge à regra e a posição de GR é fundamental para o sucesso de qualquer equipa, pois ele tem de lá estar quando a equipa necessitar. Todos os jogadores desempenham um papel importante na equipa, mas o posto específico de GR desempenha um papel crucial, pois um grande GR pode conquistar títulos e dar muitos pontos à equipa.
No hóquei em patins atual, consegue-se distinguir um bom GR de um grande GR de uma forma muito resumida. Um bom é aquele que defende bolas e um grande é aquele que defende golos. Assim sendo, o grande GR é aquele que faz defesas onde todos já estão a visualizar a bola dentro da baliza. Mais ainda que um jogador de rinque e dada a especificidade da posição, como último obstáculo ao golo adversário, “todo o guarda-redes, deve viver permanentemente, embora por vezes só, no desejo de ser o melhor.”
A minha experiência como treinador de GR diz-me que as bases iniciais para o treino desta posição, têm que ter em conta todas as características e habilidades físicas que um grande GR deve possuir e quais os aspetos mais importantes a levar em consideração para o seu treino. No entanto, no hóquei em patins atual, acho que se deve incluir no perfil do GR vários aspetos físicos e mentais, consoante cada indivíduo. Não é por acaso que nos dias de hoje ainda se escuta muitas vezes a célebre expressão para se ser GR de hóquei em patins “tem de se ter pancada” e não recear as bolas.
Os GR desta modalidade têm de ser mentalmente fortes, estáveis, que façam das fraquezas forças, que tenham índices de concentração acima da média e que sejam mentalmente inabaláveis, para além do treino físico e específico que a posição necessita. No entanto, para aplicar determinado tipo de treino o treinador tem conhecer o GR quer a nível psicológico, quer ao nível das carências e limitações físicas, pois só assim conseguirá que este atinja, dentro da sua equipa, uma percentagem elevada de importância, sendo que em conjunto com o treino geral ele pode chegar mais próximo da boa forma física.
É fundamental os GR terem treino específico, porque, como já foi referido anteriormente, a sua posição é muito importante. O treino específico pode ser orientado por um treinador de GR, ou pelo treinador principal, sendo que as equipas/clubes que têm um treinador de GR se encontram em grande vantagem em todos os aspetos, pois é através deste tipo de treino que podemos pensar sempre na melhor forma de retirar do GR o melhor rendimento. Os principais aspetos a ter em conta na minha opinião são:
- Adaptar os exercícios ao estilo de cada um;
- Melhorar os pontos fracos de cada um;
- Consolidar os pontos fortes de cada um;
- Atender às necessidades coletivas da sua equipa (saídas de bola; esquemas táticos; etc.);
- Permitir autonomia para que ele próprio desenvolva as suas aptidões;
- Fortalecer mentalmente o indivíduo;
- Elevar os índices de concentração (transportar isso do treino para o jogo);
Como treinador de vários escalões jovens, até aos seniores, constato que existem grandes diferenças entre os treinos de GR nos escalões mais jovens e nos mais velhos. A formação e preparação dos GR deve obedecer, na minha forma de ver, a vários princípios, tais como as características de cada atleta, o grupo etário em que se enquadra, as suas condições psíquicas e físicas.
Nos grupos mais jovens o treino deverá ser mais simples, com exercícios mais básicos, tais como, patinagem específica (de baliza), posicionamentos, trabalhos de pernas e braços, trabalho de stick, devolução e paragem de bola, a fim de tentar eliminar erros evidentes e fazer sobressair as suas qualidades de modo progressivo. Deve tentar-se também ser criativo, de forma a encontrar formas lúdicas e jogos que vão de encontro aos objetivos de desenvolvimento da posição específica, de modo a motivar, sem entediar os jovens atletas.
Nos escalões mais velhos como os Juvenis, Juniores, Seniores Femininos e Masculinos, tudo o que é feito nos escalões mais jovens, também se pode aplicar nestes, como opção de aquecimento. Depois do aquecimento, outro tipo de preparação e de exercícios mais técnicos deverão realizados com as componentes de força, agilidade, coordenação, resistência e a flexibilidade devendo ser desenvolvidos para fazer progredir as suas capacidades atléticas e psicológicas e melhorar os pormenores que estejam direcionados para as características de cada equipa adversária ou determinada ação de atleta(s) adversário(s), jogo após jogo.
Durante estes meus anos, quer como jogador, quer como treinador, experimentei a importância do treino específico de GR em paralelo com o treino geral, porque o GR deve melhorar e treinar, por exemplo, a patinagem geral, assim como todos os outros jogadores, treinando em conjunto e de forma a que o GR possa pôr em prática todos os momentos desenvolvidos no treino específico. Assim como, criar uma ligação em rinque, de forma a conhecer bem os movimentos e o posicionamento de todos companheiros de equipa e adversários, para que, posteriormente o GR possa alertar para eventuais erros de colocação, movimentações adversárias e orientação de barreiras, etc. Acho que se devem também reservar alguns minutos ao treino de conjunto, não só para desenvolver os “especialistas” em bolas paradas (penaltys e livres diretos), bem como para treinar o GR para essas ocasiões, que são cada vez mais decisivas no hóquei atual.
Gostava de agradecer a oportunidade e dizer a todos os pais, treinadores, dirigentes e amantes desta modalidade, nunca se esqueçam, ser GR é único!
Nuno Areias
* Entrevista publicada en el portal de internet del H.C.Turquel en el año 2014